blog do ton

Tô saindo como uma moça há um tempo. Tava pensando na velocidade como as coisas estão se desenrolando. Por mim a gente já tava morando junto e dividindo as contas, pois sou desses, mas tô procurando dançar conforme a música e ir mais devagar pra não assustá-la. A partir desse pensamento eu me peguei pensando sobre entrega. Quando eu acredito em algo, eu entro e me entrego completamente, sejam relacionamento amorosos, amizades, projetos etc. Me incomoda ser metade, me incomoda ser morno, me incomoda ser raso. Isso quer dizer que em certos casos não me permito ser superficial? De maneira alguma! Tem casos e casos. Não é pq eu e permita ser superficial eventualmente que eu necessariamente goste disso. É apenas DANÇAR CONFORME A MÚSICA. Acredito eu que dar tudo de si pela causa que lhe faça sentido é um grande mérito em vida (desde que não seja algo absurdo, tipo idolatrar político, famoso e etc). A maioria das coisas que não me arrependo na vida foram aquelas que eu realmente me dediquei....

Exatamente hoje é o dia do meu aniversário. Hoje eu completo e contemplo 37 anos de vida, mas...  E daí? Aniversários sempre foram motivo de angústia e sofrimento pra mim. Na maioria das vezes passei sozinho e sem nenhuma perspectiva. Nesse não tá sendo lá muito diferente sobre passar sozinho, mas sinto que eu mudei um pouco o prisma. Por mais que esse aniversário para só um grande mais do mesmo (e é), a diferença de fato sou eu. Putamerda, eu tô bem! Eu me sinto bem. Eu me sinto com perspectiva (por mais que as cartas na minha mão não sejam lá muito favoráveis). Não é nem sobre ser positivista, é só sobre tentar enxergar a vida por outros ângulos que apenas e somente a mesma tempestade de sempre sobre a minha cabeça. Outro dia a minha terapeuta me falou sobre começarmos o "desmame" da terapia. Fazer menos sessões até sessarmos os atendimentos rotineiros porque eu já tô sabendo lidar com o que acontece nos meus dias. Em 2025 farão três anos que eu faço sessão com a Lu quase q...

"A música nunca me deu nada." Afirmação forte, né?! Ela é em parte verdadeira (em parte). Veja bem, eu toco algum instrumento desde os meus 14 anos. Hoje eu tô com 36 (quase 37) e nesse caminho todo que eu percorri da música, ela nunca me deu nada. Ok, pra ser completamente sincero, eu fiz quatro shows pagos que juntos não dão R$500,00 e mais uns R$20,00 por reprodução das minhas músicas em streamings. 22 anos dedicado a música pra ganhar mais ou menos R$520,00. O que eu gastei em instrumentos, estudos, deslocamento pros lugares pra tocar, estúdio, etc, ultrapassam de longe o que eu ganhei monetariamente com música. Nem se compara. E porquê diabos eu continuo nesse caminho masoquista que é a música? É que é o único caminho possível pra mim. Minha vida não se dissocia da arte. Não consigo não fazê-la. A arte tem um preço e ela cobra TUDO. Dinheiro, tempo, dedicação. Absolutamente tudo. Os dez anos que eu passei tocando na igreja não me deram nenhum centavo, por mais que quises...

Hoje eu desenhei! Não foi nada elaborado como o curso de desenho e a faculdade de artes me ensinaram. Nada sofisticado. Nada bonito. Foi um rabisco. Um mero deslizar despretensiosamente a caneta sobre uma folha de papel. Um rosto feminino. Três cores de caneta esferográfica barata sobre um papel pautado num caderno barato. Mas, meus amigos, eu desenhei. Mas porquê tanta empolgação por algo tão banal? Então… eu não me dispunha a desenhar/pintar desde o meio de 2023 quando pintei uma tela pra dar de presente. Chame de bloqueio criativo, trauma, o que for. Eu não conseguia. Nas minhas sessões de terapia eu falava seguidamente sobre minha vontade de voltar a isso, mas nunca me sentia compelido de fato a fazê-lo. Eu tenho uma questão: eu não penso muito sobre as coisas. Os pensamentos aparecem, eu ponho eles numa caixinha sem etiqueta e de vez em quando esbarro neles novamente. Às vezes dou atenção, mas na maioria das vezes, não. Desenhar/pintar tava sendo assim: uma vontade deixada de lado...

 " Tudo o que está vivo tem um jeito de morrer..." Tava ouvindo um podcast que falava de fins. Da gente saber identificar o fim. E da gente sair de algo antes que vire uma tragédia. Seja de relacionamentos, empregos, famílias, situações e etc. Por quantos relacionamentos eu prolonguei o inevitável? Arrastando aquela relação... Exaurindo a mim e ao outro... Tudo tá destinado ao fim. Seja daqui duas semanas ou com o fim das nossas vidas: TUDO HÁ DE ACABAR. Saber identificar a linha tênue entre um relacionamento saudável e algo que vai te consumir até a última fagulha da tua existência é primordial. Sem essa de "MORRER DE AMOR". Há de amar a si antes de amar o outro. Não se deve amor o outro mais do que a si. Demorei muito pra entender isso. Demorei muito pra entender o que é me amar e dar valor pra mim. Ainda tô aprendendo. Já canta o sir paul McCartney: VIVA E DEIXE MORRER. Não é um ato de crueldade. Não é um ato de fraqueza. É um ato de amor a si e também de amor ao...

Em 2025 eu faço 37 anos. Não dá, assim, pra dizer que foram os melhores 37 anos que alguém poderia ter. Muita desgraça rolou, relacionamentos falidos, contas bancárias falidas, família conturbada. Acho que dava um drama bom pro Darren Aronofsky adaptar (ou não, afinal não tiveram drogas). A grande questão é que eu não tô exatamente onde eu imaginava estar com 37 anos. Nem de perto. Solteiro, sem nenhuma perspectiva, morando de favor, sem emprego, quase sem amigos, falido e, nesse momento com apenas R$14,51 na conta bancária. Vejamos, eu sou fumante. Fumo entre uma e duas carteiras de cigarro por dia. Eu tenho duas carteiras fechadas ainda. Cada carteira custa R$7,00 (a mais barata antes dos paraguaios). Então eu tenho grana pra mais duas carteiras de cigarro. Provavelmente vai entrar uma grana na sexta. Hoje é sexta. Logo, tenho quatro carteiras de cigarro pra enfrentar seis dias de vida. Tu pode pensar: "mas Ton, cigarro não é uma necessidade. Vá gastar tuas misérias em outra coi...

19/02: ontem fizeram dois anos que te vi ao vivo pela primeira vez. A gente deu match num dia 01/01 do mesmo ano, mas levamos quase dois meses para nos vermos, afinal, tu de SP e eu do RS. As inúmeras mensagens, as inúmeras chamadas, nada se compararam a quando te vi, senti teu cheiro, senti teu toque. Lembro como se fosse hoje: eu, completamente perdido no aeroporto de Congonhas; tu, esbaforida, vindo do casamento do teu irmão em Santos.  Aquele sorriso. Aquele maldito sorriso. Se eu já estava caidinho só de falar contigo, quando vi aquele sorriso eu fui arrebatado. Mas não deu tempo d, de Uber, e ele ainda estava nos esperando. Falamos o caminho todo, sobre coisas aleatórias. Parecia tão natural, mesmo eu morrendo de timidez, enquanto tu parecia inteiramente segura de tudo.  Chegamos no prédio do teu apartamento e dentro do elevador eu inclinei minha boca à tua e te beijei, no que tu retribuiu. O sacramento do que eu achava, a certeza do que se sentia, a magia que e vibrava ...