POISENTÃO!
Vou tentar condensar os últimos acontecidos e espero que façam sentido nessas linhas a seguir:
Poucas semanas atrás eu falei com o meu psiquiatra e combinamos que eu iria diminuir a dose de uma das minhas medições pela metade, pois a ideia seria tirá-la, já que é um dos dois reguladores de humor que eu tomo e TEORICAMENTE um daria conta.
Fechou uma semana com 1mg de risperidona e eu comecei a sentir todo aquele mal estar, aquele vazio, aquele pequeno desespero que parece que vai tomar conta e tomar o controle dos meus dias, mas ainda não tinha me ligado que poderia ser a medicação.
Exatamente uma semana depois, numa quinta feira, foi dia dos namorados e eu tinha encontro com meu amorzinho. O plano era pedir ela em namoro no próprio dia 12, mas nos distraímos e quando pedi, já era SEXTA FEIRA 13. Isso me animou um bocado. Estar com ela é sempre bom.
Nessa mesma sexta feira 13 tive um desentendimento com minha chefe porque ela queria fugir do combinado sobre meu pagamento. E aí toda a empolgação que eu tava pelo início do namoro foi suprimida pelo que vêm a seguir, Minha chefe é mãe de uma amiga minha. Quando cheguei em casa eu estava falando com essa minha amiga e brinquei que iria "agredir" a mãe dela. Essa amiga por sua vez maximizou isso e argumentou que como eu sou bipolar eu sou instável e teve medo pela mãe dela.
A fala dela me deixou terrivelmente mal. Sim, a bipolaridade tem questões com o controle da raiva e sim, eu já tive problema com isso, eu momentos de extremo estresse e geralmente partindo da violência de outra pessoa. Vale ressaltar também que na maioria dos casos eu não estava em tratamento (sem ao menos sabia da minha condição) e quando ocorreu em tratamento, ainda não tinha encontrado o tratamento que me estabilizasse. Então toda a fala dela me lembrou de épocas, de coisas que eu fiz que eu sinto extrema vergonha e arrependimento.
Nesse mesmo dia voltei a consumir a dose anterior do medicamento (2mg). No sábado eu tava me sentindo péssimo. Do mesmo jeito que eu tava antes do tratamento eficaz, exceto por um detalhe, eu conseguia estar minimamente funcional. Consegui estudar, limpar, receber a namorada, tudo como uma pessoa normal faz.
Agora, na semana seguinte, chuvas intensas e a enchente volta a se fazer presente na minha cidade. Todas as lembranças, as angustias, o medo e o terrível sentimento daquilo tudo se repetir novamente começaram a borbulhar na minha cabeça.
Aparentemente DESSA VEZ não vai ser nada parecido com o que rolou em 2024, mas o coração aperta. Pela memória, pelas pessoas que vão passar por isso de novo, por não haver um projeção concreta de como contornar essa calamidade eminente e cada vez mais recorrente na vida dessa cidade já tão sofrida.
O medicamento ainda não estabilizou. Ainda sinto aquele vazio, ainda que lá longe. Medo de não voltar a estabilizar, de não voltar a ficar estável e bem. Eu vivo esse medo constantemente. Não quero me sentir mais daquele jeito. Não quero mais ser aquela pessoa.
A vida ultimamente tem tido coisas boas também, preciso ressaltar isso antes do encerramento. O namoro, a entrada numa nova banda, os novos e velhos amigos, os vários projetos que tô pra pôr em prática. Como eu costumo dizer:
"UMA HORA TEM QUE DAR CERTO. A VIDA NÃO PODE SER SÓ DESGRAÇA."
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