blog do ton

"A música nunca me deu nada." Afirmação forte, né?! Ela é em parte verdadeira (em parte). Veja bem, eu toco algum instrumento desde os meus 14 anos. Hoje eu tô com 36 (quase 37) e nesse caminho todo que eu percorri da música, ela nunca me deu nada. Ok, pra ser completamente sincero, eu fiz quatro shows pagos que juntos não dão R$500,00 e mais uns R$20,00 por reprodução das minhas músicas em streamings. 22 anos dedicado a música pra ganhar mais ou menos R$520,00. O que eu gastei em instrumentos, estudos, deslocamento pros lugares pra tocar, estúdio, etc, ultrapassam de longe o que eu ganhei monetariamente com música. Nem se compara. E porquê diabos eu continuo nesse caminho masoquista que é a música? É que é o único caminho possível pra mim. Minha vida não se dissocia da arte. Não consigo não fazê-la. A arte tem um preço e ela cobra TUDO. Dinheiro, tempo, dedicação. Absolutamente tudo. Os dez anos que eu passei tocando na igreja não me deram nenhum centavo, por mais que quises...

Hoje eu desenhei! Não foi nada elaborado como o curso de desenho e a faculdade de artes me ensinaram. Nada sofisticado. Nada bonito. Foi um rabisco. Um mero deslizar despretensiosamente a caneta sobre uma folha de papel. Um rosto feminino. Três cores de caneta esferográfica barata sobre um papel pautado num caderno barato. Mas, meus amigos, eu desenhei. Mas porquê tanta empolgação por algo tão banal? Então… eu não me dispunha a desenhar/pintar desde o meio de 2023 quando pintei uma tela pra dar de presente. Chame de bloqueio criativo, trauma, o que for. Eu não conseguia. Nas minhas sessões de terapia eu falava seguidamente sobre minha vontade de voltar a isso, mas nunca me sentia compelido de fato a fazê-lo. Eu tenho uma questão: eu não penso muito sobre as coisas. Os pensamentos aparecem, eu ponho eles numa caixinha sem etiqueta e de vez em quando esbarro neles novamente. Às vezes dou atenção, mas na maioria das vezes, não. Desenhar/pintar tava sendo assim: uma vontade deixada de lado...

 " Tudo o que está vivo tem um jeito de morrer..." Tava ouvindo um podcast que falava de fins. Da gente saber identificar o fim. E da gente sair de algo antes que vire uma tragédia. Seja de relacionamentos, empregos, famílias, situações e etc. Por quantos relacionamentos eu prolonguei o inevitável? Arrastando aquela relação... Exaurindo a mim e ao outro... Tudo tá destinado ao fim. Seja daqui duas semanas ou com o fim das nossas vidas: TUDO HÁ DE ACABAR. Saber identificar a linha tênue entre um relacionamento saudável e algo que vai te consumir até a última fagulha da tua existência é primordial. Sem essa de "MORRER DE AMOR". Há de amar a si antes de amar o outro. Não se deve amor o outro mais do que a si. Demorei muito pra entender isso. Demorei muito pra entender o que é me amar e dar valor pra mim. Ainda tô aprendendo. Já canta o sir paul McCartney: VIVA E DEIXE MORRER. Não é um ato de crueldade. Não é um ato de fraqueza. É um ato de amor a si e também de amor ao...